O Mestre

Há vários níveis hierárquicos. Distinguidos por sensações, por adequações. Há aqueles que são agradáveis, cheios de pompa e glamour.

Há aqueles que tem praticidade. Que servem para algo. Neles todos tocam, todos usam.

Há aqueles que não tem a mesma utilidade, mas desviam sua própria função em prol dos outros.

E existe ele, branco, sem função, sem adorno, sem conforto. Apenas ele. Isolado, desviado de qualquer outra atenção.

Quando alguém entra na sala, não repara nele, não quando ele está distante, solitário. Mas ele tem algo que qualquer outro não tem. Ele é mais do que branco, ele é colorido, reflete o cinza da sombra e as cores da parede. Ele é leve, é arrastado.

É colocado no centro. Ele em um grito silencioso, implora por atenção. E é usado. Pisam nele, sentem nele. Colocam coisas nele.

Mas durante horas dentro de sua real função ele comanda. Porque quando alguém o usa, todos voltam sua atenção à ele.

Ele é o mestre. Ele manda, fica imóvel servindo de trono. Mas ele realiza sua função, sem reclamar, sem brigar. As vezes em momentos de agitação, pisam em sua cabeça, o quebram. Jogam contra a parede em um ataque de fúria. Não importa, ele é o mestre, o diferente, o líder.

BF

05-2015

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